Avaliação hídrica de atletas de rugby
Resumo
Introdução: O rugby é um esporte em ascensão no Brasil, porém são poucos os estudos acadêmicos envolvendo atletas deste esporte, particularmente o risco de desidratação e hipertermia. Durante uma partida são poucas as interrupções que proporcionam uma oportunidade de intervenção para reposição de líquidos, podendo levar os atletas a um estado de desidratação e termorregulação ineficiente. Objetivo: Avaliar durante o treinamento o grau de desidratação de uma equipe brasileira de alto nível competitivo de rugby para delinear estratégias para combater os efeitos nocivos da desidratação e hipertermia. Materiais e Métodos: Participaram 23 atletas masculinos. Realizou-se exame de bioimpedância tetrapolar obtendo-se as seguintes variáveis antes e após 90min de treino sem ingestão hídrica: massa corporal (MC:kg), estatura (m) e percentual de gordura total (%G). Calculou-se a taxa de sudorese (TS) e percentual de perda hídrica (%PH) conforme posicionamento da ACSM (2007). Foi realizado teste t pareado (p<0,05). Resultados: Os atletas possuíam 26,2 ± 5,5 anos, 1,82 ± 0,06m e %G de 14,9 ± 4,2%. Houve diferença estatística entre MC pré e pós treino. A TS foi de 13 ± 5,5mL/min e %PH de 1,3 ± 0,6%. Meir e colaboradores (2003) estimaram em uma partida a TS entre 11 e 17mL/min e embora a redução do %PH tenha sido <2%, este valor foi detectado como crítico para o rendimento pelo estresse termorregulatório. Conclusão: Mesmo evidenciado um baixo risco de desidratação, estudos com ligas de rugby profissionais indicam que pela própria característica intermitente do esporte, podem ocorrer prejuízos na performance física e cognitiva de atletas de alto nível.
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