Índice glicêmico e carga glicêmica de dietas de atletas
Resumo
Introdução: ìndice Glicêmico (IG) e Carga Glicêmica (CG) têm sido utilizados como ferramenta de escolha da dieta para melhorar o desempenho físico. No entanto, pouco se sabe sobre a aplicabilidade do consumo pelos atletas de diferentes modalidades. Objetivo: Analisar o IG e a CG da dieta de atletas brasileiros. Métodos: Estudo transversal conduzido com 113 atletas (18,4 ± 6,6 anos, 22,3 ± 3,2kg/m2, 13,6 ± 7,0 % percentual de gordura corporal e 12,0 ± 6,9 horas de treinamento semanal). Para avaliar o percentual de gordura foi utilizado uma bioimpedância elètrica e também foi realizado medidas antropométricas. O consumo alimentar foi avaliado por meio do recordatário de 24 horas. Calculou-se IG e CG da dieta utilizando seguindo procedimentos previamente estabelecidos. O teste Mann-Whitney U e o teste de Kruskal-Wallis foram usados para as análises estatísticas. Resultados: Não houve diferença estatisticas no volume de treinamento, na ingestão de macronutrientes, no total de calorias e no IG entre homens e mulheres (p >0,05). A CG foi menor nas mulheres e diferentes entre os esportes. As dietas de alta CG apresentaram baixo percentual de gordura corporal do que as dietas de moderada CG (p <0,05). Conclusão: A maioria dos atletas apresentou dieta com baixo IG e alta CG. Houve diferenças entre a classificação da CG, as modalidades e o percentual de gordura corporal. Mais estudos são necessários para elucidar os efeitos da CG e do IG na composição corporal e no desempenho físico.
Referências
-Araujo, C. G.; Scharhag, J. Athlete: a working definition for medical and health sciences research. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports. Vol. 26. Num. 1. 2016. p. 4-7.
-Beck, K. L.; Thomson, J. S.; Swift, R. J.; Von Hurst, P.R. Role of nutrition in performance enhancement and postexercise recovery. Open Access Journal of Sports Medicine. Vol. 6. 2015. p. 259-267.
-Brand-Miller, J. C.; Foster-Powell, K.; Colagiuri, S. A nova revolução da glicose. Rio de Janeiro. Elsevier. 2003. p. 296.
-Brown, L. J.; Midgley, A. W.; Vince, R. V. Madden, L.A.; Mcnaughton, L.R. High versus low glycemic index 3-h recovery diets following glycogen-depleting exercise has no effect on subsequent 5-km cycling time trial performance. Journal of Science and Medicine in Sport. Vol. 16. Num. 5. 2013. p. 450-454.
-Burdon, C. A.; Spronk, I.; Cheng, H. L.; O'connor, H.T. Effect of Glycemic Index of a Pre-exercise Meal on Endurance Exercise Performance: A Systematic Review and Meta-analysis. Sports Medicine. Vol. 47. Num. 6. 2017. p. 1087-1101.
-Burke, L. M.; Hawley, J. A.; Wong, S. H.; Jeukendrup, A.E. Carbohydrates for training and competition. Journal of Sports Science. Vol. 29. 2011. p. S17-27.
-Chen, Y.; Wong, S. H.; Xu, X.; Hao, X.; Wong, C. K.; Lam, C. W. Effect of CHO loading patterns on running performance. International Journal of Sports Medicine. Vol. 29. Num. 7. 2008. p. 598-606.
-Cornejo-Monthedoro, A.; Negreiros-Sanchez, I.; Del Aguila, C.; Ysla-Marquillo, M.; Mayta-Tristan, P. Association between dietary glycemic load and metabolic syndrome in obese children and adolescents. Archivos Argentinos de Pediatria. Vol. 115. Num.4. 2017. p. 323-330.
-Donaldson, C. M.; Perry, T. L.; Rose, M. C. Glycemic index and endurance performance. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism. Vol. 20. n. 2. 2010. p. 154-165.
-Food and Agriculture Organization. Carbohydrates in human nutrition. Report of a Joint FAO/WHO Expert Consultation. FAO Food Nutrition. Vol. 66. 1998. p. 1-140.
-Foster-Powell, K.; Holt, S. H.; Brand-Miller, J. C. International table of glycemic index and glycemic load values: 2002. American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 76. Num. 1. 2002. p. 5-56.
-Gonçalves, L. S.; De Oliveira, E. P.; Portero-Mclellan, K. C.; Burini, R. C. Avaliação do consumo dietétitco, índice glicêmico e carga glicêmica de jogadores de futebol. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 9. Num. 54. 2015. p. 508-517. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/558>
-Hinton, P. S.; Sanford, T. C.; Davidson, M. M.; Yakushko, O. F.; Beck, N. C. Nutrient intakes and dietary behaviors of male and female collegiate athletes. Food and Agriculture Organization. Vol. 14. Num. 4. 2004. p. 389-405.
-Jenkins, D. J.; Wolever, T. M.; Taylor, R. H.; Barker, H.; Fielden, H.; Baldwin, J. M.; Bowling, A. C.; Newman, H. C.; Jenkins, A. L.; Goff, D. V.Glycemic index of foods: a physiological basis for carbohydrate exchange. American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 34. Num. 3. 1981. p. 362-366.
-Lau, C.; Faerch, K.; Glumer, C.; e colaboradores. Dietary glycemic index, glycemic load, fiber, simplesugars, and insulin resistance: the Inter99 study. Diabetes Care. Vol. 28. Num. 6. 2005. p. 1397-1403.
-Maki, K. C.; Rains, T. M.; Kaden, V. N.; Raneri, K. R.; Davidson, M. H. Effects of a reduced-glycemic-load diet on body weight, body composition, and cardiovascular disease risk markers in overweight and obese adults. American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 85. Num. 3. 2007 p. 724-734.
-Mendez, M. A.; Covas, M. I.; Marrugat, J.; Vila, J.; Schroder, H. Glycemic load, glycemic index, and body mass index in Spanish adults. American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 89. Num. 1. 2009. p. 316-322.
-Monego, E. T.; Peixoto, M. D. R. G.; Santiago, R. D. A. C.; Gil, M. D.; Cordeiro, M. D. M.; Campos, M. I.; De Souza, R. G. Alimentos Brasileiros e Suas Porções: Um Guia para Avaliação do Consumo Alimentar. Rio de Janeiro: Rúbio, 2013. p 136.
-Moshfegh, A. J.; Rhodes, D. G.; Baer, D. J.; Murayi, T.; Clemens, J. C.; Rumpler, W. V.; Paul, D. R.; Sebastian, R. S.; Kuczynski, K. J.; Ingwersen, L. A.; Staples, R. C.; Cleveland, L. E. The US Department of Agriculture Automated Multiple-Pass Method reduces bias in the collection of energy intakes. American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 88. Num. 2. 2008. p. 324-332.
-O'reilly, J.; Wong, S. H.; Chen, Y. Glycaemic index, glycaemic load and exercise performance. Sports Medicine. Vol. 40. Num. 1. 2010. p. 27-39.
-Pinheiro, A. B. V.; Lacerda, E. M. D. A.; Benzecry, E. H.; Gomes, M. C. D. S.; Da Costa, V. M. Tabela para Avaliação de Consumo Alimentar em Medidas Caseiras. Atheneu, 2009. p 81.
-Portero-Mclellan, K. C.; Srebernich, S. M.; Meireles, F.; Postali, C. C.; Leandro-Merhi, V. A. Determinação do índice glicêmico e da carga glicêmica de dietas hospitalares para indivíduos com diabetes. Caderno de Saúde Coletiva. Vol. 18. Num. 2. 2010. p. 259-265.
-Rodrigues, V. B.; Ravagnani, C. D. F. C.; Nabuco, H. C. G. How adequate are atheles' diet? Medicina dello Sport. Vol. 70. 2017. p. 69-73.
-Rodrigues, V. B.; Ravagnani, C. D. F. C.; Nabuco, H. C. G.; Ravagnani, F. C. D. P.; Fernandes, V. L. S.; Espinosa, M. M. Adequacy of energy and macronutrient intake of food supplements for athletes. Revista de Nutrição. Vol. 30. Num. 5. 2017. p. 593-603.
-Sardinha, L. B.; Lohman, T. G.; Teixeira, P. J.; Guedes, D. P.; Going, S. B. Comparison of air displacement plethysmography with dual-energy X-ray absorptiometry and 3 field methods for estimating body composition in middle-aged men. American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 68. Num. 4. 1998. p. 786-793.
-Slater, G.; Phillips, S. M. Nutrition guidelines for strength sports: sprinting, weightlifting, throwing events, and bodybuilding. Journal of Sports Sciences, Vol. 29. 2011 p. S67-77.
-Thomas, D. T.; Erdman, K. A.; Burke, L. M. American College of Sports Medicine Joint Position Statement. Nutrition and Athletic Performance. Medicine Science and Sports Exercise, Vol. 48. Num. 3. 2016. p. 543-568.
-Wolever, T. M. Is glycaemic index (GI) a valid measure of carbohydrate quality? European Journal of Clinical Nutrition. Vol. 67. Num. 5. 2013. p. 522-531.
-Wu, C. L.; Williams, C. A low glycemic index meal before exercise improves endurance running capacity in men. International Journal of Sport Nutrition, Exercise and Metabolim. Vol.16. Num. 5. 2006. p. 510-527.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).