O efeito do polissacarí­deo Lepidium meyenii na fadiga: uma revisão sistemática

  • Adriana Chapchap Brossi Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.
  • Tales Francisco Gonçalves Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.
  • Carlos Vicente Andreoli Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.
  • Benno Ejnisman Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.
  • Alberto de Castro Pochini Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.
  • Elisabeth Peres Biruel Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.
Palavras-chave: Lepidium meyenii, Maca peruana, Macamides, Endurance, Fadiga

Resumo

Introdução: a fadiga pode ser definida como a incapacidade na manutenção de uma atividade de potência ou queda do desempenho e está associada à diversos fatores, tais como: alteração no potencial de ação elétrica da fibra muscular, depleção de glicogênio muscular e acúmulo de metabólitos, além de aumento na produção de radicais livres e espécies reativas de oxigênio. O Lepidium meyenii, planta originária dos Andes peruanos e utilizada pelos povos locais há milhares de anos, vem sendo estudada por seus benefícios, incluindo seu efeito anti- fadiga. Objetivo: determinar, a partir da análise de parâmetros bioquí­micos, o efeito antifadiga dos substratos da maca. Materiais e métodos: revisão sistemática de estudos experimentais publicados entre janeiro de 2009 e janeiro de 2019, pesquisados nos principais bancos de dados da literatura médica. Resultados: em todos os estudos analisados, o tempo de natação forçada apresentou-se maior nos grupos de camundongos suplementados com substratos da maca, em comparação aos grupos controle. Em relação aos parâmetros bioquí­micos avaliados (BLA, BUN, LDH E LG), a suplementação se mostrou benéfica, com resposta antifadiga em pelo menos uma amostra estudada de cada trabalho analisado. Outros parâmetros citados nos estudos como MG, BSR, MDA, CK e GSU-PX apresentaram resultados positivos, porém, foram avaliados em apenas um estudo e não puderam ser comparados. Conclusão: há a necessidade de se realizar mais experimentos na área, a fim de se estabelecer a melhor forma de purificação e a identificação do substrato com maior atividade antifadiga.

Biografia do Autor

Adriana Chapchap Brossi, Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.

Graduada em Medicina pela Universidade de Santo Amaro em 2012; Especialização em Medicina Esportiva pela Universidade Federal de São Paulo em 2019.

Tales Francisco Gonçalves, Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.

Graduado em Medicina pela Universidade Estácio de Sá (RJ) em 2014,; Especialização em Nutrologia pela ABRAN em 2018;  Especialização em Medicina Esportiva pela Universidade Federal de São Paulo em 2019.

Carlos Vicente Andreoli, Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.

Graduação em Medicina pela Universidade Católica de São Paulo em 1993; residência médica em Ortopedia e Traumatologia pelo IAMSPE em 1997; Especialização em Medicina Esportiva pela UNIFESP em 1998; Ministra aulas na Disciplina Eletiva Traumatologia Esportiva para os alunos do 2º, 3º e 4º ano médico desde 2000; Preceptoria Administrativa e Didática da Residência Médica em Medicina Esportiva (desde 2009); Orientador do Programa de Pós-Graduação da Residência Médica em Medicina Esportiva (desde 2013); Coordenador do 1o. Curso de Especialização em Medicina Esportiva aplicada à Ciências da Saúde (desde 2013); Orientador (Mestrado Profissional) do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Aplicada ao Esporte e à Atividade Fí­sica (desde 2016); No Departamento de Ortopedia e Traumatologia: Ministra aulas para os alunos do 3º e 6º anos Médico (desde 2014); Discussão de casos com alunos do 6º ano Médico (desde 2014).

Benno Ejnisman, Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.

Possui Graduação em Medicina pela Pontifí­cia Universidade Católica de São Paulo (1991); Mestrado em Ortopedia e Traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (1997); Doutorado em Ortopedia e Traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (2001); Exerce a função de Membro Assistente do Setor de Traumatologia do Esporte do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da UNIFESP/EPM desde 1998; Médico Assistente do Grupo de Ombro e Cotovelo do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da UNIFESP/EPM desde 1998; Coordenador de Módulos do Curso de Especialização O Aparelho Locomotor no Esporte desde 1998; Coordenador Assistente do Curso de Especialização Ortopedia e Traumatologia do Esporte desde 1998; Ministra aulas no Curso de Medicina (3o ano) desde 2008; Tí­tulo de Professor Afiliado em 2012; Professor Adjunto em 2012 e Chefe da Disciplina de Medicina do Esporte e da Atividade Fí­sica do Departamento de Ortopedia e Traumatologia. Atualmente é Membro do Corpo Editorial da RBM Revista Brasileira de Medicina desde 2009, Secretário da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Coordenador Regional - Membership Committee da International Society Arthroscopy Knee And Orthopaedic Sports (2009-2011); Outras funções Assistente da Residência Médica em Medicina Esportiva (2007-2010). Supervisor do Programa de Residência Médica em Medicina Esportiva (2015).

Alberto de Castro Pochini, Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.

Docente (Professor Adjunto ) do Departamento de Ortopedia e Traumatologia-UNIFESP; Chefe da Disciplina de Medicina Esportiva e Atividade Fí­sica EPM/UNIFESP; Pós-doutorado parceria do Centro de Traumato-Ortopedia do Esporte (CETE) da Disciplina de Medicina do Esporte e da Atividade Fí­sica e Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (1995); Realizou o Mestrado no Programa de Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP (2006) e o Doutorado em (2010); Realizou TravellingFellowship aos Estados Unidos em 2006 (Istituto Andrews, Steadman Hawkins (Vaio), Houston, Carolina Norte, DUKE); Participa da Comissão de Graduação UNIFESP.

Elisabeth Peres Biruel, Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo-SP, Brasil.

Bibliotecária clí­nica especializada em design instrucional e Mestre em Educação e Saúde pela UNIFESP.

Referências

Bai, N.; He, K.; Roller, M.; Lai, C.S.; Bai, L.; Pan, M.H. Flavonolignans and other constituents from Lepidium meyenii with activities in anti-inflammation and human cancer cell lines. Journal of Agricultural and Food Chemistry. Vol. 63. Num. 9. 2015. p. 2458-2463.

Conlee, R.K. Muscle glycogen and exercise endurance: A twenty-year perspective. Exercise and Sport Sciences Reviews. Provo. Vol. 15. Num. 1. 1987. p. 1-28.

Davis, J.M.; Bailey, S.P. Possible mechanisms of central nervous system fatigue during exercise. Medicine Science in Sports & Exercise. Columbia. Vol. 29. Num. 1. 1997. p. 45-57.

Fitts, R.H. Cellular mechanisms of fatigue muscle. Physiological Reviews. Milwaukee. Vol. 74. Num. 1. 1994. p. 49-93.

Green, H.J. Mechanisms of muscle fatigue in intense exercise. Journal of Sports Sciences. Ontario. Vol. 15. Num. 3. 1997. p. 247-256.

He, Z.; Feng, Y.; Xu, L.F.; Sun, L.; Shi, L.; Chen, X.M. In vitro antioxidant activity of ethanol extract of maca (Lepidium meyenii Walpers) cultivated in Yunnan. Food Sciencie. Vol. 31. Num. 1. 2010. p. 39-43.

Li, Y.; Xin, Y.; Xu, F.; Zheng, M.; Xi, X.; Cui, X.; Cao, H.; Guo, H.; Han, C. Maca polysaccharides: extraction optimization, struturalfeatures and anti-fatigue activities.International Journal of Biological Macromolecules. 2018. p. 618-624

Li, J.; Sun, Q.; Meng, Q.; Wang, L.; Xiong, W.; Zhang, L. Anti-fatigue activity of polysaccharide fractions from Lepidium meyenii Walp (maca), Int. J. Boil. Macromol. Vol. 95. 2016. p. 1305-1311.

McLester, J.R. Muscle contraction and fatigue: The role of adenosine 5’-Diphosphate and inorganic phosphate. Sports Medicine. Tuscaloosa. Vol. 23. Num. 5. 1997. p. 287-305.

Sobrero, A.; Puglisi, F.; Guglielmi, A.; Belvedere, O.; Aprile, G.; Ramello, M.; Grossi, F. Fatigue: a main component of anemia symptomatology. Seminars Oncology. Udine. Vol. 28. Num. 8. 2001. p. 15-18.

Tanaka, M.; Nakamura, F.S.; Matsumura, A.; Nozaki, S.; Watanabe, Y. Establishment, and assessment of a rat model of fatigue. Neuroscience Letters. Vol. 352. Num. 3. 2003. p. 159-162.

Feng, C.X.; Yan, Y.L.; Min, J.C.; Ling, J.Z.; Le, C.S.;Wen, J.S.; Guang, M.L. Hypoxia Tolerance and Fatigue Relief Produced by Lepidium meyenii and its Water-soluble Polysaccharide in Mice.Food Science and Technology Research. 2016. p. 611-621.

Wang, Y.; Wang, Y.; McNeil, B.; Harvey, L.M. Maca: An Andean crop with multi-pharmacological functions. Food Research International. Beijing. Vol. 40. Num. 7. 2007. p. 783-792.

Westerblad, H.; Allen, D.G.; Lannergren, J. Muscle fatigue: lactic acid or inorganic phosphate the major cause? News in physiological sciences. Stockholm. Vol. 17. Num. 1. 2002. p. 17-21.

Tang, W.; Jin, L.; Xie, L.; Huang, J.; Wang, N.; Chu, B.; Dai, X.; Liu, Y.; Wang, R.; Zhang, Y. Structural Characterization and Antifatigue Effect In Vivo of Maca (Lepidium meyenii Walp) Polysaccharide.Journal of Food Science. 2016. p. 1-8.

Yang, Q.; Jin, W.; Lv, X.; Dai, P.; Ao, Y.; Wu, M. Effects of macamides on endurance capacity and anti-fatigue property in prolonged swimming mice. Pharmaceutical Biology. Vol. 54. Num. 5. 2016. p. 827-834.

Zunk, K.; Mummenhoff, K.; Hurka, H. Chloroplast DNA restriction site variation in the Brassicaceae tribe Lepidieae. Plant Molecular Evolution Newsletter. Vol. 3. 1993. p. 40-44.

Publicado
2021-05-19
Como Citar
Brossi, A. C., Gonçalves, T. F., Andreoli, C. V., Ejnisman, B., Pochini, A. de C., & Biruel, E. P. (2021). O efeito do polissacarí­deo Lepidium meyenii na fadiga: uma revisão sistemática. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 14(84), 15-26. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1582
Seção
Artigos Científicos - Original