Atletas de fisiculturismo: desenvolvimento de transtornos alimentares após competições
Resumo
O conceito de fisiculturismo baseia-se na prática esportiva de alto rendimento onde o seu objetivo está voltado para a aparência física e hipertrofia. O presente estudo teve como objetivo principal analisar o desenvolvimento de transtornos alimentares em atletas fisiculturistas após as competições, preenchendo as lacunas existentes na exploração acadêmica a respeito deste assunto. Trata- se de uma pesquisa do tipo transversal e descritiva. A coleta de dados ocorreu por meio de um formulário do Google, onde os participantes puderam responder em suas casas, trabalhos e até mesmo na academia. Foram aplicados dois questionários, o primeiro voltado para o entendimento da rotina, hábitos e comportamentos alimentares dos atletas e o segundo questionário o Eating Attitudes Test (EAT-26) utilizado para identificar e avaliar padrões alimentares irregulares. O presente estudo demonstrou que o grupo de fisiculturistas analisados apresentaram 18,8% dos participantes com risco de desenvolvimento de transtornos alimentares fundamentado no questionário aplicado (EAT-26), uma porcentagem significativa quando comparada com a amostra total, além de demonstrarem possíveis tendências a um comportamento alimentar menos saudável. A manifestação de transtornos alimentares em atletas de fisiculturismo, antes, durante ou até mesmo depois das competições é um tema ainda pouco explorado no meio científico, deixando em evidência a necessidade de estudos mais detalhados e profundos sobre o tema em questão.
Referências
-Cambraia, R.P.B. Aspectos psicobiológicos do comportamento alimentar. Revista de nutrição. Vol.17. Núm. 2. p.217-225. 2004.
-Chappell, A.J.; Simper, T.; Barker, M. E. Nutritional strategies of high level natural bodybuilders during competition preparation. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Vol. 15. Núm. 4. 1-12. 2018.
-Costa, G.M.; Scavone, P.C.; Oliveira, C.S.A.; Manochio-Pina, M. G. Transtornos alimentares e percepção da imagem corporal em culturistas do interior do Estado de São Paulo. Revista Augustus. Vol. 22. Núm. 43. p. 172-181. 2018.
-Cordás, T.A. Transtornos alimentares: classificação e diagnóstico. Archives of Clinical Psychiatry, Vol. 31. Núm. 4. p. 1- 4. 2004.
-Cyrino, E.S.; Santarém, S.J.M.; Maestá, N.; Nardo Jr, N.; Reis, D.A.D.; Morelli, M.Y.G.; Burini, R.C. Perfil morfológico de culturistas brasileiros de elite em período competitivo. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 14. p. 460-465. 2008.
-Devrim, A.; Bilgic, P.; Hongu, N. Existe alguma relação entre percepção da imagem corporal, transtornos alimentares e distúrbios dismórficos musculares em praticantes de musculação do sexo masculino?. American Journal of Men's Health. Vol. 12. Núm. 5. p. 1746-1758. 2018.
-Efthymiou, D.; Kokokiris, L.; Mesiari, C.; Vassilopoulou, E. O peso corporal ideal percebido exacerba a bulimia e a dieta em atletas de musculação. Relatórios de Toxicologia. Vol. 8. p. 1777-1782. 2021.
-Feijó, F. M.; Bertoluci, M.C. Reis, C. Serotonina e controle hipotalâmico da fome: uma revisão. Revista da Associação Médica Brasileira. Vol. 57. Núm.1. p.74-77. 2011.
-Fiates, G.M.R.; Salles, R.K. Fatores de risco para o desenvolvimento de distúrbios alimentares: um estudo em universitárias. Revista de Nutrição. Vol. 14. p. 3-6. 2001.
-Gibim, K.C.R.; Pinheiro, L.H.N.; Castro, C.; Pinheiro, A.M.; Souza, V.B. Síndromes de alteração de percepção em atletas fisiculturistas. Corpoconsciência. p. 12-19. 2017.
-Helms, E.R.; Aragon, A.A.; Fitschen, P.J. Evidence-based recommendations for natural bodybuilding contest preparation: nutrition and supplementation. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Vol.11. Núm. 20. p.1-20. 2014.
-Mallmann, L.B.; Alves, F.D. Avaliação do consumo alimentar de fisiculturistas em período fora de competição. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 12. Núm. 70. p. 204-212. 2018.
-Nieuwoudt, J.E.; Zhou, S.; Coutts, R.A.; Booker, R. Symptoms of muscle dysmorphia, body dysmorphic disorder, and eating disorders in a nonclinical population of adult male weightlifters in Australia. The Journal of Strength & Conditioning Research. Vol. 29. Núm. 5. p. 1406-1414. 2015.
-Oliveira, F.P.D.; Bosi, M.L.M.; Vigário, P.D.S.; Vieira, R.D.S. Comportamento alimentar e imagem corporal em atletas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 9. p.348-356. 2003.
-Panza, V.P.; Coelho, M.S.P.H.; Di Pietro, P.F.; Assis, M.A.A.D.; Vasconcelos, F.D.A.G.D. Consumo alimentar de atletas: reflexões sobre recomendações nutricionais, hábitos alimentares e métodos para avaliação do gasto e consumo energéticos. Revista de Nutrição. Vol. 20. p. 681-692. 2007.
-Paula, B.G.; Barbosa, L.S. Prevalência de transtornos alimentares em atletas: uma revisão de literatura. 2021. TCC. Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GOIÁS). 2021.
-Rodrigues, T.M.; Oliveira, A.V. Uma revisão de literatura sobre a dieta de fisiculturistas. TCC Graduação Curso de Nutrição, Pontifícia Universidade Católica-PUC de Goiânia. Goiás. 2020.
-Soihet, J.; Silva, A.D. Efeitos psicológicos e metabólicos da restrição alimentar no transtorno de compulsão alimentar. Nutrição Brasil. São Paulo. Vol.18. Núm.1. p.1-4. 2019.
Copyright (c) 2023 Monalisa Bezerra Vieira Lantyer, Renata Eliza Barbosa Pietschmann, Dayanne da Costa Maynard
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).