Efeito da alimentação habitual na manifestação da resistência de força na musculação em homens treinados
Resumo
O treinamento de força na musculação é uma prática amplamente recomendada por proporcionar inúmeros benefícios à saúde. Na musculação é possível manipular a carga de treinamento através de seus componentes volume e intensidade. A adequada manipulação desses componentes pode promover respostas adaptativas, tais como a hipertrofia muscular. Esses benefícios podem ser potencializados ou prejudicados a depender da composição da dieta habitual. O presente estudo avaliou as possíveis associações entre o consumo dos macronutrientes provenientes da alimentação habitual e o desempenho no teste de repetições máximas (RMs) realizados a 60% e a 80% de uma repetição máxima (1RM). Homens saudáveis (n=14), com idade de 40,81 ± 5,77 anos, peso de 85,37 ± 10,61 Kg e altura de 174,5 ± 5,89 cm fizeram parte deste estudo. Os exercícios utilizados foram o supino reto, o leg press 45º e o pulley anterior. O protocolo foi composto por quatro séries de repetições máximas (RMs) a 60% de 1RM e a 80% de 1RM. O consumo total dietético diário de macronutrientes foi de 47% de carboidratos, 22% de proteínas e 31% de gorduras. Não houve correlação entre o consumo de carboidratos e desempenho a 60% (p=0,4490) e a 80% (p=0,6648), de proteínas e o desempenho a 60% (p=0,2917) e 80% (p= 0,3300) e de lipídios a 60% (p=0,3139) e a 80% (p=0,3108). Conclusão: A quantidade de carboidrato da dieta habitual não se correlacionou com o desempenho na tarefa de resistência de força.
Referências
-Abernethy, P. J.; e colaboradores. Acute and chronic response of skeletal muscle to resistance exercise. Sports medicine. Vol. 17. Num. 1. 1994. p. 22-38. doi:10.2165/00007256-199417010-00003.
-Brasil. Guia alimentar para a população brasileira. Brasília-DF. Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 06/06/2024.
-Biesek, S.; Aalves, L. A.; Guerra, I. Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. Manole. 2023.
-Bin Naharudin, M. N.; e colaboradores. Breakfast Omission Reduces Subsequent Resistance Exercise Performance. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 33. Núm. 7. p. 1766-1772. 2019. doi: 10.1519/JSC.0000000000003054.
-Cardoso, M A. Nutrição e Dietética. Rio de Janeiro-RJ. Grupo GEN. 2019.
-Chagas, M. H.; Lima, F. V. Musculação: variáveis estruturais - Programas de treinamento e força muscular. 3ª edição. Belo Horizonte. 2015.
-Fairchild, T. J.; e colaboradores. Glucose Ingestion Does Not Improve Maximal Isokinetic Force. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 30. Núm. 1. p 194-199. 2016. doi: 10.1519/JSC.0000000000001057.
-Fiataraone Singh, M.; e colaboradores. American College of Sports Medicine. Resistance Training for Healt. 2019.
-Fleck, S. J.; Kraemer, W. J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre. Grupo A. 2017.
-Grgic, J.; e colaboradores. Test-Retest Reliability of the One-Repetition Maximum (1RM) Strength Assessment: a Systematic Review. Sports Med Open. Vol. 6. Núm. 1. p. 31. 2020. doi:10.1186/s40798-020-00260-z.
-Henselmans, M.; e colaboradores. The Effect of Carbohydrate Intake on Strength and Resistance Training Performance: A Systematic Review. Nutrients. Vol. 14. Núm. 4. p. 856. 2022. doi:10.3390/nu14040856.
-Hosseinzadeh, J.; e colaboradores. Evaluation of dietary intakes, body composition, and cardiometabolic parameters in adolescent team sports elite athletes: a cross-sectional study. Adv Biomed Res. Vol. 6. p. 107. 2017. doi: 10.4103/2277-9175.213667.
-Kleiner, S. M.; Greenwood-Robinson, M. Nutrição para o Treinamento de Força. Manole. 2016.
-Kraemer, W. J.; Fleck, S. J.; Deschenes, M. R. Fisiologia do Exercício: teoria e prática. 2ª edição. Grupo GEN. 2016.
-Kraemer, W. J.; Ratamess, N. A. Fundamentals of resistance training: progression and exercise prescription. Med Sci Sports Exerc. Vol. 36. Núm. 4. p. 674-88. 2004. doi: 10.1249/01.mss.0000121945.36635.61.
-Krings, B. M.; e colaboradores. The metabolic and performance effects of carbohydrate timing in resistance trained males undergoing a carbohydrate restricted diet. Applied physiology, nutrition, and metabolism. Vol. 46. Núm. 6. p. 626-636. 2021. doi:10.1139/apnm-2020-0830.
-Leveritt, M.; Abernethy, P. J. Effects of carbohydrate restriction on strength performance. The Journal of Strength & Conditioning Research. Vol. 13. Num. 1. p. 52-57. 1999.
-Margolis, L. M.; Pasiakos, S. M. Low carbohydrate availability impairs hypertrophy and anaerobic performance. Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care. Vol. 26. Núm. 4. p. 347-352. 2023. doi: 10.1097/MCO.0000000000000934.
-McArdle, W. D.; Katch, Frank I.; Katch, Victor L. Fisiologia do Exercício: Nutrição, Energia e Desempenho Humano. 8ª edição. Grupo GEN. 2016.
-McArdle, W. D. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. 8ª edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2019.
-McArdle, William D.; e colaboradores. Nutrição para o Esporte e o Exercício. Rio de Janeiro-RJ. Grupo GEN. 2021.
-Moreira, A. P. B.; e colaboradores. Evolução e interpretação das recomendações nutricionais para os macronutrientes. Rev Bras Nutr Clin. Vol. 27. Num. 1. 2012. p. 51-59.
-Muttoni, S. Nutrição e dietética avançada. Grupo A. 2016.
-Ribeiro, A. S.; e colaboradores. The Effects of Carbohydrate Intake on Body Composition and Muscular Strength in Trained Men Undergoing a Progressive Resistance Training. International journal of exercise Science. Vol. 16. Num. 2. 2023. p. 267-280.
-Robertson, R. J.; e colaboradores. Concurrent validation of the OMNI perceived exertion scale for resistance exercise. Med Sci Sports Exerc. Vol. 35. Num. 2. p. 333-31. doi: 10.1249/01.MSS.0000048831.15016.2A.
-Santos-Júnior, E. R. T.; Salles, B. F.; Dias, I.; Ribeiro, A. S.; Simão, R.; Willardson, J. Classification and Determination Model of Resistance Training Status. Strength and Conditioning Journal. Vol. 43. Num. 5. 2021. p. 77-86. doi: 10.1519/SSC.0000000000000627.
-Silva, A. L.; Miranda, G. D. F.; Liberali, R. A influência dos carboidratos antes, durante e após-treinos de alta intensidade. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 2. Núm. 10. p.211-224. 2008.
-Slater, G.; Phillips, S, M. Nutrition guidelines for strength sports: sprinting, weightlifting, throwing events, and bodybuilding. Journal of sports sciences. Vol. 29. Num. 1. 2011. p. S67-77. doi:10.1080/02640414.2011.574722.
-Staples, A. W.; e colaboradores. Carbohydrate does not augment exercise-induced protein accretion versus protein alone. Medicine and science in sports and exercise. Vol. 43. Num. 7. 2011. p. 1154-61. doi:10.1249/MSS.0b013e31820751.
-Van Zant, R.S.; e colaboradores. A moderate carbohydrate and fat diet does not impair strength performance in moderately trained males. The Journal of sports medicine and physical fitness. Vol. 42. Num. 1. 2002. p. 31-37.
-Williams, L.; Groves, D.; Thurgood, G. Treinamento de Força: guia completo passo a passo para um corpo mais forte e definido. Manole. 2010.
Copyright (c) 2025 Iara Fernandes, Stefani Miranda-Castro, Antonio Felipe Souza-Gomes, Cecília Cristina Cota, Rony Las-Casas , Erica Leandro Marciano Vieira, Albená Nunes-Silva

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).