Efeito da alimentação habitual na manifestação da resistência de força na musculação em homens treinados

  • Iara Fernandes Laboratório de Inflamação e Imunologia do Exercício, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, MG, Brasil.
  • Stefani Miranda-Castro Laboratório de Inflamação e Imunologia do Exercício, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, MG, Brasil.
  • Antonio Felipe Souza-Gomes Laboratório de Inflamação e Imunologia do Exercício, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto-MG, Brasil.
  • Cecília Cristina Cota Laboratório de Inflamação e Imunologia do Exercício, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto-MG, Brasil.
  • Rony Las-Casas Laboratório de Inflamação e Imunologia do Exercício, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto-MG, Brasil.
  • Erica Leandro Marciano Vieira Centre for Addiction and Mental Health, Toronto, ON Canada. Department of Psychiatry, Temerty Faculty of Medicine, University of Toronto, Toronto, Canada.
  • Albená Nunes-Silva Laboratório de Inflamação e Imunologia do Exercício, Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto-MG, Brasil.
Palavras-chave: Carboidratos, Proteínas, Lipídios, Desempenho, Treinamento de força

Resumo

O treinamento de força na musculação é uma prática amplamente recomendada por proporcionar inúmeros benefícios à saúde. Na musculação é possível manipular a carga de treinamento através de seus componentes volume e intensidade. A adequada manipulação desses componentes pode promover respostas adaptativas, tais como a hipertrofia muscular. Esses benefícios podem ser potencializados ou prejudicados a depender da composição da dieta habitual. O presente estudo avaliou as possíveis associações entre o consumo dos macronutrientes provenientes da alimentação habitual e o desempenho no teste de repetições máximas (RMs) realizados a 60% e a 80% de uma repetição máxima (1RM). Homens saudáveis (n=14), com idade de 40,81 ± 5,77 anos, peso de 85,37 ± 10,61 Kg e altura de 174,5 ± 5,89 cm fizeram parte deste estudo. Os exercícios utilizados foram o supino reto, o leg press 45º e o pulley anterior. O protocolo foi composto por quatro séries de repetições máximas (RMs) a 60% de 1RM e a 80% de 1RM. O consumo total dietético diário de macronutrientes foi de 47% de carboidratos, 22% de proteínas e 31% de gorduras. Não houve correlação entre o consumo de carboidratos e desempenho a 60% (p=0,4490) e a 80% (p=0,6648), de proteínas e o desempenho a 60% (p=0,2917) e 80% (p= 0,3300) e de lipídios a 60% (p=0,3139) e a 80% (p=0,3108). Conclusão: A quantidade de carboidrato da dieta habitual não se correlacionou com o desempenho na tarefa de resistência de força.

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Publicado
2025-01-28
Como Citar
Fernandes, I., Miranda-Castro, S., Souza-Gomes, A. F., Cota, C. C., Las-Casas , R., Vieira, E. L. M., & Nunes-Silva, A. (2025). Efeito da alimentação habitual na manifestação da resistência de força na musculação em homens treinados. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 18(113), 636-652. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/2372
Seção
Artigos Científicos - Original