Adequação da rotulagem de suplementos de cafeí­na para atletas em relação à legislação brasileira

  • Milena Casagranda Acadêmica do Curso de Nutrição da Faculdade CNEC, Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, Brasil
  • Keli Vicenzi Nutricionista, Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos-UNISINOS, Rio Grande do Sul, Brasil
Palavras-chave: Suplemento alimentar, Atletas, Cafeína, Legislação

Resumo

Introdução: A maioria dos indivíduos que pratica exercícios físicos é motivado pela redução de peso e melhora da performance, sendo os suplementos de cafeína amplamente utilizados, pelo efeito termogênico. Objetivo: Avaliar a adequação da rotulagem dos suplementos de cafeína para atletas, comercializados em lojas especializadas da cidade de Bento Gonçalves-RS, conforme a RDC 18/2010. Materiais e métodos: Estudo transversal descritivo, a partir da análise dosrótulos de suplementos de cafeína para atletas, em quatro lojas especializadas. Foi elaborado um check list com 10 itens, conforme a RDC 18/2010. Após a coleta, os resultados foram digitados em planilha de Excel e expressos em números absolutos (n) e relativos (%). Resultados: Dos 35 produtos analisados, 94,28% (n=33) apresentaram pelo menos uma inadequação. A adição de nutriente ou não nutriente, a apresentação de imagens e/ou expressões que possam induzir o consumidor ao engano e o tamanho da fonte de designação menor que 1/3 da usada na marca foram àsirregularidades com maior prevalência. Discussão: A rotulagem nutricional tem a função de informar o consumidor sobre a composição dos produtos alimentícios, sendo que a veracidade das informações é de responsabilidade da indústria. A intenção da legislação brasileira é de evitar prejuízos ao consumidor, pois a eficácia do produto dependerá de fatores como nível de atividade física e o metabolismo de cada indivíduo. Conclusão: O presente estudo identificou inadequação em 94,28% dos rótulos dos suplementos de cafeína para atletas, demonstrando a importância da fiscalização mais atuante em relação a este tipo de produto.

Referências

-Ahrendt, D. M. Ergogenic aids: counseling the athlete. American Family Physician. Vol. 63. Num. 5. 2001. p. 913-922.

-Altimari, L. R.; Cyrino, E. S.; Zucas, S. M.; Okano, A. H.; Burini, R. C. Cafeína: ergogênico nutricional no esporte. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília. Vol. 9. Num. 3. 2001. p. 57-64.

-Altimari, L. R.; Moraes, A. C.; Tirapegui, J.; Moreau, R. J. M. Cafeína e performance em exercícios anaeróbios. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. Vol. 42. Num. 1. 2006. p. 17-27.

-Alves, C.; Lima, R. V. B. Dietary supplement use by adolescents. Jornal de Pediatria. Vol. 85. Num. 4. 2009. p. 287-294.

-Araújo, S. R. B.; Navarro, A. C. Análise de rótulos de suplementos de creatina segundo a RDC nº 18/2010 comercializados na cidade de Natal-RN. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 9. Num. 49. 2015. p. 66-73. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/502/458>

-Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Gerência Geral de Alimentos; Universidade de Brasília. Rotulagem nutricional obrigatória -Manual de orientação às indústrias de alimentos. Brasília. 2005.

-Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 18, de 27 de abril de 2010. Aprova o regulamento técnico sobre alimentos para atletas.

-Carvalho, B. G.; Souza, E. B. Análise de rótulos de BCAA comercializados no município de Volta Redonda-RJ. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 9. Num. 49. 2015. p. 25-29. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/495/448>

-Costa, D. C.; Rocha, N. C. A.; Quintão, D. F. Prevalência do uso de suplementos alimentares entre praticantes de atividade física em academias de duas cidades do Vale do Aço-MG: fatores associados. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 7. Num. 41. 2013. p. 287-299. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/406/387>

-Damaso, A. Nutrição e Exercício na Prevenção de Doenças. Rio de Janeiro. Medsi. 2001. p. 392-393.

-Domigues, S. F.; Marins, J. C. B. Utilização de recursos ergogênicos e suplementos alimentares por praticantes de musculação em Belo Horizonte-MG. Fitness & Performance Journal. Vol. 6. Num. 4. 2007. p. 218-226.

-Fayh, A. P. T.; Silva, C. V.; Jesus, F. R. D.; Costa, G. K. Consumo de suplementos nutricionais por frequentadores de academias da cidade de Porto Alegre. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Vol. 35. Num. 1. 2013. p. 27-37.

-Freitas, H. R.; Bizarello, T. B.; Romano, U. S.; Santana, P. G. B. S.; Haubrich, R.; Castro, I. P. L. Avaliação da rotulagem e informação nutricional de suplementos proteicos importados no Brasil. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 9. Num. 49. 2015. p. 14-24. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/489/449>

-Garrett Jr, W. E.; Kirkendall, D. T. A ciência do exercício e dos esportes. Porto Alegre. Artmed. 2003. p. 401-410.

-Hirschbruch, M. D.; Carvalho, J. R. Nutrição esportiva: uma visão prática. 2ª edição. Manole. 2008. p. 46-51.

-Lisbôa, C. C. B.; Liberali R.; Navarro F. Avaliação da adequação à legislação vigente da rotulagem nutricional de repositores energéticos comercializados em lojas especializadas em suplementos alimentares de Brasília-DF. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 5. Num. 25. 2011. p. 14-24.

Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/227/225>

-Maughan, R. J.; Burke, L. M. Nutrição esportiva. Porto Alegre. Artmed. 2004. p. 139-141.

-Moreira, S. S. P.;Cardoso, F. T., Souza, G. G., Silva, E. B. Avaliação da adequação da rotulagem de suplementos esportivos. Corpus et scientia. Vol. 9. Num. 2. 2013. p. 45-55.

-Pinheiro, M. C.; Navarro, A. C. Adequação da rotulagem nutricional de repositores energéticos comercializados no Distrito Federal. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 2. Num. 9. 2008. p. 106-118. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/59/58>

-Roth, K. D. T.; Boscaini, C. Estado nutricional, exercício físico e uso de suplementos em indivíduos de uma academia da Serra Gaúcha-RS. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 8. Num. 46. 2014. p. 217-227. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/444/423>

-Silva, R. K.; Ferreira Jr, D. A.; Neves, A. S. Consumo de ergogênicos nutricionais por praticantes de musculação de diversas academias de ginástica de Resende-RJ. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 6. Num. 36. 2012. p. 470-476. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/345/349>

-Spriet, L. L.; Gibala, M. J. Nutritional Strategies to influence adaptations to training. Journal of Sports Sciences. Vol. 22. Num. 1. 2004. p. 127-141.

-Wolinsky, I.; Hickson Jr, J. F. Nutrição no exercício e no esporte. São Paulo. Roca. 2002. p. 407-408.

-Xavier, J. M. G.; Barbosa, J. E. P.; Macêdo, E. M. C.; Almeida, A. M. R. Perfil dos consumidores de termogênicos em praticantes de atividade físicanas academias de Santa Cruz do Capibaribe-PE. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 9. Num. 50. 2015. p. 172-178. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/527/468>

Publicado
2016-10-30
Como Citar
Casagranda, M., & Vicenzi, K. (2016). Adequação da rotulagem de suplementos de cafeí­na para atletas em relação à legislação brasileira. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 10(60), 666-672. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/720
Seção
Artigos Científicos - Original