Análise do estado nutricional e nível de atividade física dos servidores do hospital universitário de Petrolina-PE
Resumo
O excesso de peso e suas comorbidades exercem influência direta sobre a saúde e consequentemente sobre a capacidade de trabalho do indivíduo. O objetivo do presente estudo foi avaliar a relação entre o estado nutricional e o nível de atividade física dos servidores do Hospital Universitário da cidade de Petrolina-PE. Trata-se de um estudo observacional exploratório com delineamento transversal, realizado com 214 servidores (34,30±9,62 anos). O nível de atividade física foi determinado pelo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) e o estado nutricional verificado através do Índice de Massa Corporal (IMC), circunferência abdominal (CA) e relação cintura quadril (RCQ). Dos 214 funcionários avaliados, 53% eram assistenciais, 40% administrativos e 6,5% residentes. A média do IMC foi 26,00±4,77 kg/m2, 36,8% dos homens indicaram sobrepeso e 26,3% obesidade. Entre as mulheres 29,9% estavam com sobrepeso e 20,4% obesidade. A CA apontou aumento de gordura visceral para 23,7% homens e 14,8% mulheres, já 13,6% mulheres foram classificadas com excesso de gordura. A RCQ apresentou risco de saúde para 63,2% mulheres e 43,8% homens. O teste Qui-Quadrado não revelou diferença estatística para comparação entre as proporções do nível de atividade física, pelo sexo (x²=2,705, p=0,608) e função exercida (x²=9,966, p=0,267). Verificou-se excelente nível de concordância entre o IMC e CA, homens (r=0,838; p<0,001), mulheres (r=0,854; p<0,001). Já a RCQ demonstrou correlação moderada para os homens (r=0,452; p<0,050) e fraca para as mulheres (r=0,276; p<0,050). Conclui-se que 64% dos servidores apresentaram prevalência de sobrepeso e obesidade e 58,41% mostraram-se fisicamente irregulares, sobretudo servidores administrativos.
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