Efeito placebo no desempenho da força muscular em homens experientes em treinamento de força

  • Wollner Materko Laboratório de Biodinâmica do Movimento Humano, Escola de Educação Fí­sica, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Macapá-AP, Brasil. Programa de Engenharia Biomédica, COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
  • Luiz Hallehandre Laboratório de Biodinâmica do Movimento Humano, Escola de Educação Fí­sica, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Macapá-AP, Brasil.
Palavras-chave: Placebo, Cafeína, Força muscular, Exercício físico

Resumo

Introdução: O efeito placebo tem origem deste termo no final do século XVIII, quando então ganhou o domí­nio médico mediante a utilização de substâncias consideradas ineficazes baseado no efeito terapêutico difí­cil de ser explicado e, que tem sido muito confundido os seus resultados com o uso de suplementos alimentares. Objetivo: A proposta do presente estudo foi avaliar o efeito placebo quando comparado à suplementação da cafeí­na e ao controle no desempenho da força muscular ao longo de uma sessão de treinamento de força muscular. Materiais e Métodos: Quinze homens, experientes em treino de força, realizaram um protocolo de 3 sets de 10 repetições máximas (10RM) nos exercí­cios no supino reto (SR) e na cadeira extensora (CE) segundo três procedimentos: sem suplementação (C), com suplementação de 250 mg de cafeí­na (S) e placebo (P). Após avaliação antropométrica, cada voluntário procedeu-se um teste de 10RM com intervalos de 48h, quando se procedeu, aleatoriamente, a administração de C, S ou P. Resultados: Não encontraram diferenças significativas para a carga de 10RM nos exercí­cios SR e CE, em comparação às diferentes intervenções. O efeito placebo resultou em cargas de 10RM maiores nos exercí­cios no SR e na CE quando comparado à intervenção controle com um aumento de 8% e 6,8%, respectivamente. Conclusão: Os resultados do presente estudo sugerem que haja efeito placebo sobre a força muscular submáxima ao longo de uma sessão de treino de força.

Referências

-Ahtiainen, J.P.; Pakarinen, A.; Alen, M. Kraemer W.J.; Häkkinen, K. Muscle hypertrophy, hormonal adaptations and strength development during strength training in strength-trained and untrained men. European Journal of Applied Physiology. Vol. 89. Núm. 6. p. 555-563. 2003.

-Almeida, C.; Radke, T.L.; Liberali, R.; Navarro, F. Avaliação do conhecimento sobre nutrição esportiva, uso e indicação de suplementos alimentares por educadores físicos nas academias de Passo Fundo-RS. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 3. Núm. 15. p. 232-240. 2009. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/120/118>

-Barbosa, C.L.; Fiore, L.; Aires, R.A.; Navarro, A.C. Diferença entre ingestão de carboidrato, placebo e curva glicêmica em teste progressivo em esteira (Conconi adaptado em esteira). Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 4. Núm. 20. p. 95-102. 2010. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/169/167>

-Barbosa, D.J.N.; Pereira, L.N.; Cardoso, M.I.; Pereira, R. Efeito da cafeína na performance e variáveis hemodinâmicas do RAST –Estudo placebo controlado. Movimento & Percepção. Vol. 9. Núm. 13. 2008.

-Benvenudo, H.D.; Vivian, T.A.B.; Marques, L. Motivos para consumo de suplementos nutricionais por frequentadores de academia de ginástica. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 11. Núm. 65. p. 577-583. 2017. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/855/667>

-Braga, L.C.; Alves, M.P. A cafeína como recurso ergogênico nos exercícios de endurance. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 8. Núm. 3. p. 33-37. 2000.

-Cardoso, R.P.Q.; Vargas, S.V.S.; Lopes, W.C. Consumo de suplementos alimentares dos praticantes de atividade física em academias. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol.11. Núm. 65. p. 584-592. 2017. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/861/668>

-Fontana, K.E. Efeito do exercício resistido associado à suplementação de creatina ou glutamina na potência anaeróbia. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. 2006. Vol. 14. Núm. 3. 79-86.

-Gomes, R.V.; Matsudo, S.M.M.; Almeida, V.C.S.; Aoki, M.S. Suplementação de carboidrato associada ao exercício de força não afeta o subsequente desempenho no teste de potência aeróbica. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 11. Núm. 4 p. 67-72. 2003.

-Hunger, M.S.; Prestes, J.; Leite, R.D.; Pereira, G.B.; Cavaglieri, C.R. Efeitos de diferentes doses de suplementação de creatina sobre a composição corporal e força máxima dinâmica. Revista da Educação Física/UEM. Vol. 20, Núm. 2. p. 251-258. 2009.

-Jackson, A.S.; Pollock, M.L. Generalized equations for predicting body density of men. British Journal of Nutrition. Vol. 40. Núm 3. p. 497-502. 1978.

-Jacob, N; Willian, B; Madureira, F, Guedes, D.; Oliveira, F.; Madsen, L.; Scorcine, C. O efeito placebo no desempenho de praticantes de musculação. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. Vol. 10. Núm. 57. p. 10-15. 2016. Disponível em: <http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/794/763>

-Lohman, T.G. Advances in Body Composition Assessment: Current Issues in Exercise Science. Human Kinetics Publishers. Illinois. Monograph 3. 1992.

-Materko, W.; Santos, E.L. Comportamento da força muscular e o ciclo circalunar. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo. Vol. 9. Núm. 52. p. 159-165. 2015. Disponível em: <http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/747/686>

-Materko, W.; Santos, E.L. Efeito agudo da suplementação da cafeína no desempenho da força muscular e alterações cardiovasculares durante o treino de força. Motricidade. Vol. 7. Núm. 3. p. 29-36. 2011.

-Materko, W.; Duarte, M.; Haum Juinor, H.S.; Santos, E.L. Comparação entre dois sistemas de treino de força no desenvolvimento da força muscular máxima. Motricidade. Vol. 6. Núm. 2. p. 5-13. 2010.

-Materko, W.; Novaes, J.S.; Santos, E.L. Effect of bicarbonate supplementation on the muscular strength. Journal ofExercise Physiologyonline. Vol. 11. Núm. 6. 2008.

-Pereira, L.A.; Bortolotti, H.; Pasquarelli, B.N.; Pedroso, J.A.B.; Avelar, A.; Estanislau, C.; Altimari, L.R. A cafeína melhora o desempenho em teste de sprints repetidos em jovens jogadores de futebol? Revista Andaluza de Medicina del Deporte. Vol. 4. Núm. 3. p. 109-113. 2011.

-Rocha, M.M.; Del Prette, Z.A.P.; Del Prette, A. Placebo na pesquisa psicológica: algumas questões conceituais, metodológicas e éticas. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas. Vol. 4. Núm. 2. p. 39-55. 2008.

-Silva, H.V.A.; Gantois, P.; Lima, A.O.P.; Oliveira, T.A.O.; De Lima, C.A.X.; Paes, P.P. Efeito agudo da ingestão de cafeínano desempenho da força em mulheres destreinadas. Conscientiae Saúde. Vol. 15, Núm. 3. p. 414-422. 2016.

-Siri, W. E.Body composition from fluid spaces and density: Analysis of methods. Pp. 223-244 inTechniques for Measuring Body Composition, eds. Washington, D.C.: National Academy of Sciences. 1961.

Publicado
2018-07-15
Como Citar
Materko, W., & Hallehandre, L. (2018). Efeito placebo no desempenho da força muscular em homens experientes em treinamento de força. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 12(71), 374-379. Obtido de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1046
Secção
Artigos Científicos - Original