Composição corporal e consumo alimentar de um grupo de trilheiros de São Paulo
Resumo
A alimentação e o estado nutricional dos trilheiros é fundamental para que o praticante não só complete o percurso, mas que o faça em condições de desfrutar da aventura. Assim, este estudo avaliou a composição corporal e o consumo alimentar de um grupo de trilheiros de São Paulo. Foi realizado um estudo transversal com praticantes de trail, de ambos os sexos, que consentiram em participar na investigação. Para avaliar a composição corporal aferiu-se o peso, a estatura, as pregas cutâneas e as circunferências corporais. A percentagem de gordura corporal foi calculada segundo Siri (1961) e classificada por Lohman (1992). O consumo alimentar foi avaliado através da aplicação de um Recordatório de 24 horas. Os macronutrientes, ácidos gordos, vitaminas A, C, E, cálcio, magnésio e ferro foram calculados com recurso ao Software Avanutri® versão 4.0. Utilizou-se as recomendações do Institute of Medicine (2001) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013). Foram avaliados 14 trilheiros com uma média de idades de 29 anos, sendo 50% do sexo feminino e 50% do sexo masculino. Pôde-se notar que 35,71% dos participantes tinham excesso de peso e 50,0% tinham uma elevada percentagem de gordura. Os homens apresentaram maior estatura e peso e as mulheres maior percentagem de gordura e prega bicipital (p<0,001). Verificou-se uma ingestão adequada de macronutrientes, no entanto um elevado consumo de gorduras saturadas e colesterol. Observou-se também uma elevada prevalência de inadequação quanto ao consumo de cálcio e uma maior ingestão de lípidos pelas mulheres (p<0,05). Desta forma, recomenda-se que estes indivíduos recebam aconselhamento sobre nutrição visando um melhor rendimento e saúde.Referências
-ACMS. American College Sports Medicine. Position Stand: Exercise and Fluid Replacement. Medicine & Science In Sports & Exercise. Vol. 39. Num. 2. p.377-390. 2007.
-Anjos, L.A.; Barbosa, T.B.C.; Wahrlich, V.; Vasconcellos, M.T.L. Padrão de atividade física em um dia típico de adultos de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil: resultados da pesquisa de Nutrição, Atividade Física e Saúde (PNAFS). Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro. Vol. 28. Num. 10. 2012. p. 1893-1902.
-Augusti, M.R.A. Caminhada e Estilo de Vida: implicações no lazer e na qualidade de vida. Dissertação em Ciências da Motricidade. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade. Universidade Estadual Paulista. Rio Claro. 2014.
-Bellotto, M.L. Minha experiência com o Caminho de Santiago de Compostela. In Hirschbruch, M.D.; Carvalho, J.R. Nutrição Esportiva: Uma revisão pratica. Manole. 2008.
-Castilho, A.C.M.M. Minha experiência com corridas de aventura. IN Hirschbruch, M.D.; Carvalho, J.R. Nutrição Esportiva: Uma revisão pratica. Manole. 2008.
-Chaieb, J.A.; Castellarin, C. Associação tabagismo-alcoolismo: introdução às grandes dependências humanas. Revista de Saúde Pública. São Paulo. Vol. 32. Num. 3. 1998. p. 246-54.
-Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466/2012, de 04 de dezembro de 2012. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Brasília. 2012.
-Cordeiro, H.J.; Ribas, M.R.; Abreu, F.G.; Braga, G.I.; Cavalheiro, F.S.; Bassan, J.C. Determinação da ingestão de macro e micronutrientes na dieta de nadadores fundistas masteres. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo.Vol. 11. Num. 61. 2017. p. 32-39.
-Cotes, M.; Mielke, M.S.; Cazorla, I.M.; Morel, M. Avaliação do nível de dificuldade da trilha interpretativa do Ecoparque de Una (Bahia). Rev. Bras. Cienc. Esporte. Campinas. Vol. 28. Num. 3. 2007. p. 191-207.
-Diedrich, J.; Boscaini, C. Estado nutricional e consumo alimentar em atletas de futsal masculino. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 8. Num. 46. 2014. p. 207-216.
-Durante, J.; Alcântara, A.M.; Zagonel, I.P.S. Consumo de métodos contraceptivos pela população do município de São José do Rio Claro-MT. Visão Acadêmica. Curitiba. Vol. 13. Num. 1. 2012.
-Durnin, J.V.G.A.; Womersley, J. Body fat assessed from total body density and its estimation from skinfold thickness: measurements on 481 men and women aged from 16 to 72 years. Br J Nutr. Vol. 32. Num. 1. 1974. p. 77-97.
-Esteves, E.A; Rodrigues, C.A.A; Paulino, É.J. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev.de Nutrição. Vol. 23. Num. 4. 2010.
-Frade, R.E.T.; Viebig, R.F.; Moreira, I.C.L.S.; Fonseca, D.C. Avaliação do Consumo de Suplementos Nutricionais por Frequentadores de uma Academia da Cidade de São Paulo-SP. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 10. Num. 55. 2016. p. 50-58.
-Frisancho, A.R. Anthropometric standards for the assessment of Growth and nutritional status. University of Michigan Press. Ann Arbor. 1990. p. 189.
-Folmann, A.C.; Pinto, M.L.C.; Guimarães, G.B. Trilhas interpretativas como instrumentos de geoturismo e geoconservação: caso da trilha do salto São Jorge, campos gerais do Paraná. Geo UERJ. Vol. 2. Num. 21. 2010. p. 1-19.
-Gomes, O.C.; Isayama, H.F. Corridas de aventura e lazer: um percurso analítico para além das trilhas. Motriz. Vol. 15. Num. 1. 2009. p. 69-78.
-Goston, J.L.; Mendes, L.L. Perfil Nutricional de Praticantes de Corrida de Rua de um Clube Esportivo da Cidade de Belo Horizonte, Mg, Brasil. Rev Bras Med Esporte. Vol. 17. Num. 1. 2011.
-Haskell, W.L.; Lee, I.M.; Pate, R.R.; Powell, K.E.; Blair, S.N.; Franklin, B.A.; Macera, C.A.; Heath, G.W.; Thompson, P.D.; Bauman, A. Physical Activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. Vol. 39. Num. 8. 2007. p. 1423-1434.
-IOM. Institute of Medicine. DRIs - Dietary Reference Intakes. Dietary Reference Intakes for Vitamin A, Vitamin K, Arsenic, Boron, Chromium, Copper, Iodine, Iron, Manganese, Molybdenum, Nickel, Silicon, Vanadium, and Zinc. Food and Nutrition Board - USA. National Academy of Sciences. 2001.
-Jost, P.A.; Poll, F.A. Consumo de suplementos alimentares entre praticantes de atividade física em academias de Santa Cruz do Sul-RS. Revista do Departamento de Educação Física e Saúde e do Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul. Vol. 15. Num. 1. 2014. p. 10-17.
-Lohman, T.G. Advances in body composition assessment. Champaigm. Human Kinetics. 1992.
-Maciel, E.S.; Sonati, J.G.; Modeneze, D.M.; Vasconcelos, J.S.; Vilarta, R. Consumo alimentar, estado nutricional e nível de atividade física em comunidade universitária brasileira. Rev. Nutr. Vol. 25. Num. 6. 2012. p. 707-718.
-Monsen, E.R. The 10th edition of the Recommended Dietary Allowances: what’s new in the 1989 RDA’s?. J Am Diet Assoc. Vol. 89. Num. 12. 1989. p. 1748-1752.
-Moreira, N.M.; Navarro, A.C.; Navarro, F. Consumo de Suplementos Alimentares em Academias de Cachoeiro de Itapemirim-es. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 8. Num. 48. 2014. p. 363-372.
-Nacif, M.; Viebig, R.F. Avaliação antropométrica no ciclo da vida: uma visão prática. 2ª edição. São Paulo. Editora Metha. 2011. p. 168.
-Padovani, R.M.; Amaya-Farfán, J.; Colugnati, F.A.B.; Domene, S.M.A. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Rev. Nutr. Vol. 19. Num. 6. 2006. p.741-760.
-Pereira, A.S.; Pimentel, G.G.A.; Lara, L.M. Atividades físicas de aventura na natureza: relações entre estilo de vida aventureiro e modo de vida rural para a melhoria da qualidade de vida. Iniciação Científica CESUMAR. Vol. 6. Num. 2. 2004. p. 112-119.
-Pinheiro, A.B.V.; Lacerda, E.M.A.; Benzecry, E.H.; Gomes, M.C.S.; Costa, V.M. Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras. Rio de Janeiro. Atheneu. 2000. p. 81.
-Pires, S.K.P.; Almeida, A.M.R. Estado de hidratação e uso de suplementos em praticantes de luta em caruaru-pe. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 11. Num. 65. 2017. p. 618-626.
-Pontes, L.M.; Sousa, M.S.C. Prevalência e associação entre os componentes da síndrome metabólica e o excesso de peso em praticantes de atividade física. Revista da AMRIGS. Vol. 52. Num. 2. 2008. p. 86-92.
-Porte, G. Guia general Del ciclismo. Madri. Tutor. 1996.
-Previdellii, A.N.; Goulart, R.M.M.; Aquinoi, R.C. Balanço de macronutrientes na dieta de idosos brasileiros: análises da Pesquisa Nacional de Alimentação 2008-2009. Rev Bras Epidemiol. Vol. 20. Num. 1. 2017. p. 70-80.
-Ribas, M.R.; Machado, F.; Filho, J.S.; Bassan, J.C. Ingestão de macro e micronutrientes de praticantes de musculação em ambos os sexos. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 9. Num. 49. 2015. p. 91-99.
-Sawka, M.N. Physiological consequences of hypohydration: exercise performance and thermoregulation. Med Sci Sports Exerc. Natick. Vol. 26. Num. 6. 1992. p. 657-670.
-Siri, W.E. Body composition from fluid spaces and density: analysis of methods. In Brozek, J.; Henschel, A. editors. Techniques for measuring body composition. Washington DC. National Academy of Science. 1961. p. 223-44.
-Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de janeiro. Vol. 100. Núm 1. supl.3. 2013.
-Tahara, A.K.; Filho, S.C. Atividades físicas de aventura na natureza (AFAN) e academias de ginástica: motivos de aderência e benefícios advindos da prática. Movimento. Vol. 15. Num. 03. 2009. p. 187-208.
-Vargas, C.S.; Fernandes, R.H.; Lupion, R. Prevalência de Uso dos Suplementos Nutricionais em Praticantes de Atividade Física de Diferentes Modalidades. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 9. Num. 52. 2015. p. 343-349.
-Wilmore, J.M; Costill, D.L. Physiology of sport and exercise. Champaign. Human Kinetics. 1994. p. 10.
-World Health Organization. WHO. Obesity: Preventing and managing the global epidemic. Report of WHO Consultation on Obesity. Geneva. 1998.
Direitos de Autor (c) 2023 Gabriela Soares Limeira de Araujo, Marcia Nacif, Juliana Masami Morimoto
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).