Ingestão energética e de macronutrientes em jogadores de futebol
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a ingestão energética e a distribuição de macronutrientes de jogadores de futebol profissional da primeira divisão do campeonato brasileiro e compará-las com as recomendações nutricionais para atletas. A amostra foi composta por 30 atletas homens com idade de 23,7 ± 4,2 anos, massa corporal de 77,7 ± 6,3 kg, estatura de 180,1 ± 5,4 cm e gordura corporal de 11,6 ± 1,9 %. A análise da adequação da ingestão de energia e dos macronutrientes foi realizada através do recordatório de 24 horas e do registro alimentar de três dias. Ao comparar os macronutrientes em relação às recomendações da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, podemos dizer que a dieta encontra-se hipoglicídica (51,4 ± 6,2 % no recordatório e 50,9 ± 6,4 % no registro), normoprotéica (1,7 ± 0,5 g/Kg no recordatório e 1,8 ± 0,4 g/Kg no registro), e hiperlipídica (30,4 ± 5,9 % no recordatório e 32,2 ± 6,2 % no registro). Quanto ao consumo energético total, tanto o recordatório (2810,3 ± 427,0 Kcal) quanto o registro alimentar (3165,3 ± 387,5 Kcal) indicam uma dieta hipocalórica em relação à recomendação. Conclui-se que os jogadores de futebol apresentaram uma ingestão insuficiente de energia, e um desequilíbrio nos macronutrientes, com uma maior contribuição percentual de lipídios decorrente de um menor consumo de carboidratos. Entretanto, a dieta dos atletas foi considerada normoprotéica. Os futebolistas necessitam de orientação nutricional para corrigir o desequilíbrio nos macronutrientes e o déficit energético observados no início da temporada para propiciar melhor rendimento nos treinamentos e conseqüentemente melhorar o desempenho nos campeonatos.
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