Análise e quantificação de metais em suplementos à base de proteínas
Resumo
O uso, a divulgação e a comercialização dos suplementos alimentares têm-se alargado nos últimos anos. O rótulo alimentar é a sua principal ferramenta de apresentação de informação nutricional e deve ser um instrumento de fácil acesso, claro e com informação verídica. O presente estudo tem como objetivo analisar e quantificar os metais Alumínio (Al), Crómio (Cr), Cobalto (Co), Níquel (Ni), Manganês (Mn) e Zinco (Zn) em suplementos, das mais diversas marcas, à base de proteínas, como o whey protein concentrado, isolado e hidrolisado, a albumina e a proteína vegan. As amostras foram adquiridas no comércio local de Porto Alegre e a diferentes fornecedores na modalidade de e-commerce. Foram adquiridas e analisadas 25 amostras em triplicado, sendo que em todas elas foram encontrados valores de algum determinado metal, sendo eles essenciais ou não essenciais e tóxicos. Algumas amostras, por níveis mais baixos apresentados nos resultados, obtiveram na sua composição algum metal que não estava descrito no rótulo alimentar, cuja inclusão na formulação não é permitida, de acordo com a ANVISA e a OMS. Já outras amostras, além de apresentarem metais não essenciais e tóxicos que não são permitidos na sua composição, estavam com níveis excedentes de metais essenciais, que, ao consumidos em quantidades acima do recomendado, podem trazer sérios riscos à saúde. Desta forma, verifica-se a necessidade de intensificar a fiscalização dos suplementos alimentares disponíveis no comércio, de forma a que o consumidor possa ler o seu rótulo ou ingredientes com tranquilidade e seguro de que a informação é fidedigna.
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