Comparação entre diferentes métodos de avaliação corporal em atletas da seleção Brasileira de Judô

  • Roberta Oliveira de Albuquerque Lima Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho - Bases Nutricionais da Atividade Fí­sica: Nutrição Esportiva
  • Bárbara Maria da Cunha Régis Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho - Bases Nutricionais da Atividade Fí­sica: Nutrição Esportiva
  • Samara Gonçalves Lopes Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho - Bases Nutricionais da Atividade Fí­sica: Nutrição Esportiva
  • Felipe Fedrizzi Donatto Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho - Bases Nutricionais da Atividade Fí­sica: Nutrição Esportiva. Doutorando em Biologia Celular pelo ICB-USP e Mestre em Educação Fí­sica, na linha de Performance Humana pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Nutricionista pela UNIMEP
Palavras-chave: Judô, Bioimpedância, Dobra cutânea, Pesagem hidrostática

Resumo

Introdução: Esportes deluta são disputados por categorias de peso. Quanto maior a proporção de massa magra por quilograma de massa corporal, maior a capacidade de expressão da força de um lutador. Logo, a estimativa do percentual de gordura (%G) torna-se de grande importância para a determinação da categoria em que o lutador irá competir. Objetivo: Comparar diferentes métodos de avaliação corporal em atletas da Seleção Brasileira de Judô. Materiais e Métodos: Avaliaram-se seis atletas do sexo masculino, da Seleção Brasileira de judô, da categoria peso-pesado, com idade entre 23 e 29 anos. O %G pela Bioimpedância (BIA) foi fornecido diretamente pelo aparelho e também através das fórmulas propostas por Oppliger, Nielsen e Vance (1991) e Lukaski e Bolonchuck (1986). Para as dobras cutâneas (DC) foi utilizada a equação Σ 3 DC (Guedes, 1994). Os valores do %G e do volume residual para pesagem hidrostática (PH) foram preditos, respectivamente pelas equações de Siri (1961) e Goldman e Becklake (1959). Resultados: a média do %G, segundo aBIA foi de 26,7 ± 6,3, a da fórmula de Oppliger, Nielsen e Vance (1991) foi de 13,1 ± 2,3, a da fórmula de Lukaski e Bolonchuck (1986) indicou 26,5 ± 8,6 e a média obtida pela Σ 3 DC Guedes (1994), mostrou resultado de 26,3 ± 2,9, que foi a média mais próxima a da PH 21,6 ± 5,0. Discussão: a fórmula proposta por Oppliger, Nielsen e Vance (1991) foi a única que apresentou diferença estatisticamente significativa quando comparada ao método ouro, a PH. Por outro lado o método de DC foi o que apresentou maior correlação com a PH. Conclusão: O método de DC usando o protocolo de Guedes (1994) foi o que apresentou maior correlação com a PH, sugerindo o uso do mesmo para o cálculo do %G de atletas da categoria peso-pesado do judô.

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Publicado
2012-04-01
Como Citar
Lima, R. O. de A., Régis, B. M. da C., Lopes, S. G., & Donatto, F. F. (2012). Comparação entre diferentes métodos de avaliação corporal em atletas da seleção Brasileira de Judô. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 5(26). Obtido de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/240
Secção
Artigos Científicos - Original