O metabolismo de creatina é alterado devido ao modo como é administrada

  • Michel Barbosa Araújo Universidade Estadual Paulista - Unesp - Rio Claro
  • Leandro Pereira de Moura Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade Humana - Universidade Estadual Paulista - UNESP, Departamento de Educação Fí­sica, Rio Claro - São Paulo
  • Roberto Carlos Vieira Junior Programa de Pós-Graduação em Biociências da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, Cuiabá - Mato Grosso
  • Marcelo Costa Junior Programa de Pós-Graduação em Biociências da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, Cuiabá - Mato Grosso
  • Rodrigo Augusto Dalia Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade Humana - Universidade Estadual Paulista - UNESP, Departamento de Educação Fí­sica, Rio Claro - São Paulo
  • Amanda Christine da Silva Sponton Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade Humana - Universidade Estadual Paulista - UNESP, Departamento de Educação Fí­sica, Rio Claro - São Paulo
  • Maria Alice Rostom de Mello Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade Humana - Universidade Estadual Paulista - UNESP, Departamento de Educação Fí­sica, Rio Claro - São Paulo
Palavras-chave: Suplementação, Maltodextrina, Exercício físico, Gavagem

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar dois diferentes procedimentos para administração de creatina em ratos de laboratório. Para isso, 30 ratos adultos Wistar (90 dias de idade)divididos em três grupos conforme o modo de administração de creatina durante quatro semanas: grupo Controle (C): ratos não receberam creatina; grupo Creatina Gavagem (G): ratos receberam suplementação de creatina (0,107g/kg de peso corporal) através do método de gavagem e grupo Creatina Maltodextrina (M): ratos receberam suplementação de creatina (0,107g/kg de peso corporal) com adição de maltodextrina (0,160g/kg de peso corporal) pelo método de gavagem. Ao final do experimento o ganho de massa corporal, área sob a curva de ingestão alimentar e hídrica, índice de hidratação do músculo gastrocnêmio, concentração de creatina sérica e hepática e concentração de glicogênio hepático e muscular foram avaliados. O ganho de peso, a área sob a curva de ingestão alimentar e índice de hidratação muscular não apresentaram diferençasentres os grupos. A área sob a curva de ingestão hídrica apresentou aumento para os animais do grupo M em relação aos animais do grupo G. A concentração de creatina sérica e muscular não apresentaram diferenças, assim como para concentrações de glicogênio hepático e músculo gastrocnêmio. Ambos os grupos administrados com creatiana (G e M) apresentaram maiores concentrações desse substrato no músculo sóleo e a nível hepático. Quando a concentração de creatina hepática foi analisada foi observado aumento deste substrato. Visto isso, pode-se concluir que o modo como à creatina é administração pode interferir em seu metabolismo.

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Publicado
2012-10-13
Como Citar
Araújo, M. B., Moura, L. P. de, Vieira Junior, R. C., Costa Junior, M., Dalia, R. A., Sponton, A. C. da S., & Mello, M. A. R. de. (2012). O metabolismo de creatina é alterado devido ao modo como é administrada. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 6(34). Obtido de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/312
Secção
Artigos Científicos - Original