Análise de composição quí­mica de bebidas energéticas em comparação com a rotulagem nutricional e legislações vigentes

  • Izabela Santos Universidade Federal do Pará
  • Amanda Souza Universidade Federal do Pará
  • Orquídea Santos Universidade Federal do Pará
Palavras-chave: Bebida energética, Estimulante, Erosão dentária

Resumo

O consumo de bebidas energéticas cresce de modo vertiginoso e sua procura tanto por jovens como adultos são para variados fins, dentro e fora do ambiente esportivo, como por exemplo, por sua capacidade estimulante do sistema de alerta, maior concentração e rendimento do desempenho atlético, dentre outros aspectos. Nessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa foi identificar, por meio de análises laboratoriais, se a composição das bebidas energéticas e as informações fornecidas nos rótulos estão de acordo com o que é preconizado pelas legislações brasileiras vigentes. Para isso foram analisados em laboratório a composição em í­ndice de acidez, pH, açúcares redutores e sólidos solúveis totais, além da análise dos rótulos de bebidas energéticas nacionais e importadas. As análises laboratoriais apontam uma elevada acidez e pH em todas as amostras avaliadas, podendo ser consideradas bebidas ácidas de difícil proliferação microbiana e com alto potencial erosivo para o esmalte dentário. A quantidade em percentual de açúcares redutores nas amostras se equipara com os valores encontrados na literatura com relação aos refrigerantes, apontando uma grande quantidade de monossacarídeos o que é interessante para atletas e praticantes de atividade fí­sica que necessitam de aporte energético rápido. Nas análises de rotulagem foram identificadas irregularidades quando comparadas com as legislações brasileiras vigentes especificas para esse segmento alimentí­cio. Com base nos resultados expostos, é possí­vel concluir que há necessidade de maior rigor na avaliação dos padrões de qualidade dessas bebidas quanto a componentes relatados em sua rotulagem.

Referências

-Amaral, M. M. Avaliação da Quantidade Fisico-Química na Produção de Bebidas Energéticas. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Estadual de Goiás. 2012.

-Association of Official Analytical Chemists (AOAC). Official Metods of Analysis. 16. Ed., Virginia, 2010.

-Astorino, T. A.; Cottrell, T.; Talhami L.A.; Aburto-Pratt, K.; Duhon,J. Effect of caffeine on RPE and perceptions of pain, arousal, and pleasure/displeasure during a cycling time trial in endurance trained and active men. Physiology & Behavior, Vol. 106. Num. 2. 2012. p. 211-217.

-Benjo A. M.; Pineda, A.M.; Nascimento, F.O.; Zamora, C.; Lamas, G.A.; Escolar E. Left main Coronary Artery Acute Thrombosis Related to Energy Drink Intake. Circulation. v. 125. 2012. p. 1447-1448.

-Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Diretoria Colegiada RDC n° 273, de 22 de set. de 2005. Aprova O "Regulamento Técnico Para Misturas Para O Preparo De Alimentos E Alimentos Prontos Para O Consumo". D.O.U. Diário Oficial da União; Poder Executivo, DF, 23 set. 2005. Brasília. 2005.

-Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Diretoria Colegiada RDC nº 18 de 27 de abril de 2010. Dispõe sobre alimentos para atletas. 27 abr. 2010. Brasília. 2010.

-Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Diretoria Colegiada RDC Resolução nº 18, de 30 de abr. de 1999. Aprova o “Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos, constante do anexo desta portaria”. D.O.U. -Diário Oficial da União. Poder Executivo, 03 mai. 1999. Brasília.1999.

-Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Diretoria Colegiada RDC Resolução n°54, de 12 de novembro de 2012. Dispõe sobre o Regulamento Técnico sobre Informação Nutricional Complementar. 12 Nov. 2012. Brasília. 2012.

-Brasil. Ministério da Justiça. Código de Defesa do Consumidor. Lei nº 8.078, de setembro de 1990. Dispõe Sobre a Proteção do Consumidor e Dá Outras Providências. Brasília. 1990.

-Brasil. Resolução RDC nº259, de 23 de set. de 2002. Aprova “O Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados”. D.O.U. -Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 23 de setembro de 2002.Poder Executivo, DF, 23 set. 2002. Brasília. 2002.

-Brasil. Resolução RDC nº 360, de 23 de dez. de 2003. Aprova o Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados, tomando obrigatória a Rotulagem Nutricional. D.O.U.Diário Oficial da União; Poder Executivo, 26 de dez. de 2003. Brasília. 2003.

-Buxton, C.; Hagan, J. A. Survey of energy drinks consumption practices among student-athletes in Ghana: lessons for developing health education intervention programmes. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Cape Coast. Vol. 9. Num. 1. 2012. p. 9.

-Cardoso, A. L.; Oliveira, G.G. Alimentos Funcionais. Jornal Eletrônico da UFSC. Florianópolis. Num. 5. p. 3-6. 2008. Disponível em: <http://www.nutrijr.ufsc.br/jornal/jornal_eletronico_06-08.pdf>. Acesso em: 13/05/2015.

-Celestino, S. M. C. Produção de Refrigerantes de Frutas. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Documento 279. Planaltina-DF. 2010.

-Ettl, T.; Schwarz-Furlan, S.; Gosau, M.; Reichert, T.E. Salivary gland carcinomas. Vol. 16. Num. 3. 2012. p. 267-283.

-Ferreira, S. E.; Monteiro, A. B.; Formigoni, M.L.O.S. Padrão de uso de bebidas contendo cafeína e taurina entre praticantes de atividade física. EFdeportes. ano 16. Num.158. 2011.

-Fontes L. C. B. Uso de solução conservadora e de películas comestíveis em maças da cultivar Royal Gala minimamente processada. Efeito na fisiologia e na conservação. Dissertação de Mestrado. Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz. Universidade de São Paulo. 2005.

-Gaspar S. S., Ramos F., Mendes M.M. Avaliação do Risco da Exposição a Substâncias Estimulantes (cafeína, taurina, glucoronolactona) em Adolescentes do Distrito de Lisboa. Dissertação de Mestrado. Universidade de Coimbra. 2014.

-Ghorayeb, N. Bebidas Isotônicas e Energéticas, Suas Diferenças Cruciais. Revista DERC. Vol. 19. Num. 1. 2013. p. 11-12.

-IAL, Instituto Adolfo Lutz. Métodos químicos para análise de alimentos. Capítulo IV. Procedimentos e determinações gerais. 3. Ed. São Paulo.1985.

-Ikeda, M.; Motoori, K.; Hanazawa, T.; Nagai, Y.; Yamamoto, S.; Ueda, T.; Funatsu, H.; Ito, H. Warthin tumor of the parotid gland: diagnostic value of MR imaging with histopathologic correlation. American Journal Neuroradiology. Vol. 25. Num. 7. 2004. p. 1256-1262.

-Lane, J. H.; Eynon, L. Determination of reducing sugars by Fehling’s solution with methylene blue. London: N. Rodge, 1934. 8p.

-Leme, R. M. P.; Faria, R. A.; Gomes, J. B.; Mello, J. D. B.; Castro-Filice, L. S. Comparação in vitro do efeito de bebidas ácidas no desenvolvimento da erosão dental: análise por microscopia eletrônica devarredura. Biosciense Journal. Vol. 27. Num. 1. 2011. p. 162-169.

-Lussi, A; Schlueter N; Rakhmatullina, E; Ganss, C. Dental erosion-an overview with emphasis on chemical and histopathological aspects. Caries Research. Vol. 45. suppl 1. 2011. p. 2-12.

-Nuro, D.; Brito, L.; Chaves, R.; Brito, R.; Souza-Lemos, C. Comparação das Dosagens Bioquímicas de Glicose, Colesterol e Triglicerídeo de Atletas de Futebol e Homens Sedentários. Revista Eletrônica Novo Enfoque. Vol.11. Num.11. 2010. p. 43-50.

-Oliveira, F. I. P.; Costa, J. M. C.; Rocha, E. M. F. F. Avaliação das características químicas, físico-químicas e da rotulagem de compostos líquidos prontos para consumo. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, Vol.17. Num. 2. 2010. p. 63-69.

-Packer, C. D. Cola-induced hypokalaemia: a super-sized problem. InternationalJournal of Clinical Practice, Vol. 63. Num. 6. 2009. p. 833-835.

-Pettitt, R. W.; Niemeyer, J. D.; Sexton, P.J.; Lipetzky, A.; Murray, S. R. Do the non-caffeine ingredients of energy drinks affect metabolic responses to heavy exercise. Journal Strengthand Conditioning Research. Vol. 13. Num. 2. 2012. p. 1994-1999.

-Santos, M. P. A.; Carvalho, A. G.; Corteletti, L. O.; Carliari, L. C.; Raposo, T. P. T.; Gonsalves. L.; Silva, A. N. Da.; Senna, M. A. A. Erosão no esmalte dental causada por refrigerantes: um estudo in vitro. Revista Fluminense de Odontologia. Vol. 17. Num. 35. 2011. p. 10-17.

-Seabra Junior, S.; Pantano, S.C.; Hidalgo, A.F. Rangel, M.; Cardoso, A.L.L. Avaliação da posição e número de melancias cultivadas em casa de vegetação. Horticultura Brasileira, Brasília. Vol. 21. Num. 4. 2003. p. 708-711.

-Sifferlin, A. Whats in Your Energy Drink? Publicado em 4 de fevereiro de 2013. Disponível em: <http://healthland.time.com/2013/02/04/whats-in-your-energy-drink/>Acesso em: 28/03/2016.

-Silva, R. N.; Monteiro, V. N.; Alcanfor, J. D. X.; Assis, E. M.; Asquieri, E. R. Comparação De Métodos Para A Determinação De Açúcares Redutores E Totais Em Mel. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Vol. 23. Num. 3. 2003. p. 337-341.

-Vieira, C. K. O. F.; Refratometria. Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande-PB. 2010.

-Zeraik, M.L.; Pereira, C.A.M.; Zuin, V.G.; Yariwake, J.H. Maracujá: Um alimento funcional. Revista Brasileira de Farmacologia. Vol. 20. Num. 3. 2010. p. 459-471.

Publicado
2017-06-11
Como Citar
Santos, I., Souza, A., & Santos, O. (2017). Análise de composição quí­mica de bebidas energéticas em comparação com a rotulagem nutricional e legislações vigentes. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 11(63), 312-320. Obtido de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/803
Secção
Artigos Científicos - Original